A 104ª edição da Liège-Bastogne-Liège ditou o fim da primeira parte da época. O fim da época de clássicas. E este tipo de finais merecem fazer jus ao restante sucedido. Teríamos então uma Liège-Bastogne-Liège de cortar a respiração? Saberíamos mais adiante que a resposta foi positiva.
Florian Vachon (Fortuneo-Samsic), Jérôme Baugnies (Wanty – Groupe Gobert), Loïc Vliegen (BMC), Anthony Perez (Cofidis), Mark Christian, Casper Pedersen (Aqua Blue Sport), Paul Ourselin (Direct Énergie), Antoine Warnier (WB Aqua Protect Veranclassic) e Mathias Van Gompel (Sport Vlaanderen – Baloise) formaram a fuga do dia, alcançando uma vantagem máxima de 6 minutos.
No pelotão, a Movistar e a UAE Team Emirates foram as que mais trabalharam nos primeiros dois terços da corrida para não deixar a fuga vingar e para seleccionar o pelotão. A Quick Step – Floors tomou parte das rédeas do pelotão a 40 quilómetros do fim. Na entrada do Côte de la Roche, com a fuga anulada, Philippe Gilbert atacou, fazendo jus ao trabalho que a sua equipa vinha desenvolvendo.
O ataque desmembrou o pelotão e formou um pequeno grupo, liderado por Bob Jungels (Quick – Step Floors). O luxemburguês aproveitou uma pequena desatenção dos companheiros de grupo para atacar no final da subida. Alejandro Valverde (Movistar) foi o maior inconformado do grupo, mas a forte marcação não permitiram ao Bala ir em busca de Jungels. Destaque para o trabalho de Julian Alaphilippe (Quick – Step Floors) que tudo fez para desorganizar o grupo perseguidor, em prol do colega de equipa. Entre vários ataques e contra-ataque anulados, apenas Jelle Vanendert (Lotto – Soudal) conseguiu destacar-se na última passagem pelo Côte de Saint-Nicolas mas não foi suficiente para retirar a vitória a Jungels.
Michael Wood (Team EF Education) e Romain Bardet (AG2R) completaram o pódio, respectivamente, após saírem do grupo nos metros finais. Rui Costa (UAE – Team Emirates) terminou em 22º e Ruben Guerreiro (Trek – Segafredo) não concluiu a prova.
Se Jungels foi a surpresa, a equipa Sky foi a desilusão. A equipa britânica passou ao lado da época de clássicas. Alejandro Valverde vestiu a pele de Peter Sagan. Sempre marcado, sempre a ser-lhe exigido trabalho nos diversos grupos. A organização pretende alterar o percurso em 2019. Se o deve fazer? Talvez não. Mas há mudanças que, por vezes, são para melhor. A ver vamos!