176 ciclistas de 22 equipas distintas partiram individualmente para 3 448,6 quilómetros de um Giro d’Italia apenas com um ex-vencedor – Tao Geoghegan Hart (Ineos Grenadiers) e um português – João Almeida (UAE Team Emirates).

Remco Evenepoel (Soudal – Quick Step) superou toda a concorrência com larga margem, mostrando que a sua vitória na 77ª Vuelta a España não fora mero acaso. Na primeira etapa em linha Jonathan Milan (Bahrain Victorious) suplantou uma concorrência algo suprimida depois de uma queda na parte final da etapa fraccionar por completo o pelotão. No dia seguinte foi a vez de Michael Matthews (Team Jayco AlUla) picar o ponto, precisamente oito anos depois da sua última vitória em solo italiano e no Giro d’Italia.

A primeira fuga do dia com sucesso aconteceu ao quarto dia de prova, com Aurélien Paret-Peintre (AG2R) a erguer os braços e Andreas Leknessund (Team DSM) a ser o primeiro norueguês a erguer os braços desde Knut Knudsen em 1981. No dia seguintes as más condições climatéricas continuaram, levando ciclistas como Evenepoel ou Mark Cavendish (Astana) ao chão. No final, Kaden Groves (Alpecin – Deceunick) acabou por vencer o sprint, alcançando a sua 5ª vitória no World Tour. No dia seguinte a fuga do dia ‘morreu na praia’, permitindo a Mads Pedersen (Trek – Segafredo) completar o seu Grand Slam em menos de um ano. A primeira chegada em alto da edição viu nova fuga a vingar. Davide Bais (Eolo – Kometa) ergueu os braços num dia em que os favoritos não se movimentaram, chegando juntos. No dia seguinte o mesmo cenário repetiu-se, desta feita com Ben Healy (EF). No último dia antes do primeiro dia de descanso Remco Evenepoel recuperou a maglia rosa para ir para casa com esta depois de ter testado positivo para o vírus de covid-19.

Aurélien Paret-Peintre venceu e Andreas Leknessund vestiu a maglia rosa. 

Com Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) a partir de maglia rosa ao peito para a segunda semana de prova, esta iniciou-se com uma dezena de desistências fruto de infecções com o vírus de covid-19 e com a continuação de mau tempo. Todo este clima de incerteza levou a que nova fuga vingasse, com Magnus Cort (EF) a completar o seu Grand Slam. A volta seguiu com o renascer das cinzas de Pascal Ackermann (UAE Team Emirates) mais de quatro anos depois da sua última vitória na prova italiana. Nos dias seguintes foram dias para as fugas vingarem novamente, através de Nico Denz (Bora – Hangsrohe), Einer Rubio (Movistar Team) e Brandon McNulty (UAE Team Emirates). Em resultado disso, Bruno Armirail (FDJ) foi para o segundo dia de descanso vestido de cor-de-rosa, numa semana sem qualquer interesse demais entre os favoritos.

A etapa 11 foi decidida ao milímetro entre Pascal Ackermann, Jonathan Milan e Mark Cavendish.

A terceira semana começou com Geraint Thomas a recuperar a maglia rosa, num dia onde João Almeida (UAE Team Emirates) ergueu os braços. No dia seguinte, Alberto Dainese (Team DSM) foi o mais forte dos sprinters. A fuga voltou a ter o seu sucesso no dia seguinte através de Filippo Zana (Team Jayco AlUla). No último embate entre favoritos, a fuga voltou a vencer através de Santiago Buitrago (Bahrain Victorious), com Thomas e Primož Roglič (Team Jumbo – Visma) a sobressaírem face aos demais favoritos. No terceiro e último contra-relógio da edição, o golpe de teatro aconteceu. Geraint homas vacilou e deitou tudo a perder para um Roglič  que tomou a maglia rosa de assalto, mesmo depois de a corrente lhe ter saltado no decurso do esforço individual.

Na fronteira com a Eslovénia, Rogla sentiu-se em casa e tirou partido disso.

Na chegada a Roma, o conto de fadas aconteceu. A equipa da Ineos assumiu as despesas do pelotão a 10 quilómetros para o fim e Geraint Thomas, juntamente com Luis Léon Sánchez (Astana), guiou o amigo e antigo companheiro Mark Cavendish (Astana) rumo a uma vitória irrepreensível do MaxMan. Foi a 17ª vitória do Campeão Nacional britânico na prova, tornando-se o ciclista mais velho de sempre a erguer os braços nela.

Imagens que valem mais do que mil palavras!

Roma consagrou Primož Roglič como o primeiro esloveno a vencer a prova e João Almeida como o primeiro português a conquistar a classificação da juventude numa Grande Volta. Consagrou, ainda, Jonathan Milan como o ciclista mais regular, Thibaut Pinot como o vencedor da classificação da montanha, Toms Skujiņš (Trek – Segafredo) como o vencedor da classificação dos sprints intermédios, Derek Gee (Israel – Premier Tech) como o ciclista mais combativo, Thomas Champion (Cofidis) como o melhor fugitivo e a Bahrain Victorious como a melhor equipa.

Top-10 final do 106º Giro d’Italia.

Entre os comentadores do Eurosport, a maglia rosa do Jogo das Apostas teve que ser dividida pois José Azevedo venceu mas, supostamente, não contava para as contas por não ter estado presente em todas as etapas (e sendo substituído por David Rosa):

No que toca aos Envelopes, Olivier Bonamici e Frederico Bártolo dividiram o triunfo:

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