174 ciclistas distribuídos por 25 equipas alinharam-se à partida para uma edição do Tour des Flandres que teve cinco ex-vencedores presentes: Kasper Asgreen (Quick – Step – vencedor da prova em 2021), Mathieu van der Poel (Alpecin – Fenix – vencedor da prova em 2020), Alberto Bettiol (EF – vencedor da edição de 2019), Niki Terpstra (TotalEnergies – vencedor da edição de 2018) e Alexander Kristoff (Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux – vencedor da prova em 2015) presentes. Com Rui Oliveira (UAE Team Emirates) inserido no pelotão a prova teve na Israel – Premier Tech (sem atletas suficientes para estar presente) e em Wout van Aert (Team Jumbo – Visma) as principais ausências.
Os 272,5 quilómetros a percorrer começaram, como habitualmente, em Antuérpia e cedo a fuga formou-se. O noneto foi formado por Stan Dewulf (AG2R), Manuele Boaro (Astana), Mathijs Paasschens (Bingoal), Lindsay de Vylder (Sport Vlaanderen – Baloise), Max Kanter (Movistar Team), Sébastien Grignard (Lotto Soudal), Taco van der Hoorn (Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux), Tom Bohli (Cofidis) e Luca Mozzato (B&B Hotels – KTM).
Ainda na fase inicial da prova um estreitamento de estrada levou Tadej Pogačar (UAE Team Emirates) ao chão. O vencedor do Tour de France em 2020 e em 2021 estava a estrear-se em prova depois de um 10º lugar no seu primeiro contacto com o pavé, por ocasião da 76ª Dwars door Vlaanderen. As movimentações no pelotão começaram a surgir a 100 quilómetros para o fim, no entanto, a principal nota vai para uma queda a envolver e ‘eliminar’ da discussão da prova nomes como Bettiol, Christophe Laporte (Team Jumbo – Visma), Tim Wellens (Lotto Soudal) ou Zdeněk Štybar (Quick – Step) a 81 quilómetros do fim.
Já com a fuga anulada, a 55 quilómetros para o fim, aquando de uma das passagens em Oude Kwaremont Pogačar atacou e fraccionou o pelotão que já tinha um número reduzido de ciclistas. Poel encontrava-se mal posicionado na altura do ataque e, quando recolou, o ritmo abrandou, permitindo a saída de Dylan van Baarle (Ineos Grenadiers) e Fred Wright (Bahrain Victorious). Dez quilómetros volvidos da primeira investida, Pogačar atacou novamente, desta feita no Koppenberg. Valentin Madouas (FDJ) e Poel responderam de imediato ao esloveno, com Asgreen a sofrer um problema mecânico e a ficar fora da discussão da prova.
Com um quinteto formado por Wright, van Baarle, Poel, Madouas e Pogačar, a última passagem por Oude Kwaremont viu Tadej Pogačar aumentar o ritmo novamente e só Mathieu van der Poel a ser capaz de o seguir. O duo ultrapassou o Paterberg e chegou a Oudenaarde junto. Ambos jogaram muito friamente na hora de lançar o sprint, permitindo o recolar dos adversários que haviam deixado para trás. Com Pogačar a ficar fechado, Poel ergueu os braços, com Baarle e Madouas a completarem o pódio, respectivamente.
Mathieu van der Poel deu aos Países Baixos a 12ª vitória na prova, numa edição que, segundo o próprio, tinha em Tadej Pogačar o homem mais forte, merecedor de um lugar no pódio.
No que toca ao Jogo das Apostas Paulo Martins acertou no vencedor mas foi Frederico Bártolo:
Na vertente feminina, a prova realizou-se pela 19ª vez, tendo contado com a presença de sete ex-vencedoras. A prova chegou aos últimos mil metros com o pódio ainda por decidir entre o trio que se formou nos últimos 10 quilómetros, já depois de todas as dificuldades terem sido ultrapassadas. Lotte Kopecky (SD Worx) superiorizou-se a Annemiek van Vleuten (Movistar Team – vencedora da prova em 2011 e em 2021), muito por conta do último elemento do grupo ser a sua colega de equipa Chantal van den Broek-Blaak (vencedora da prova em 2020) que protegeu a colega e finalizou no último lugar do pódio. Esta foi a segunda vitória belga na prova, 12 anos depois de Grace Verbeke. A edição contou com Maria Martins (Le Col – Wahoo) o quarteto fugitivo do dia mas a não chegar à flamme rouge.