Decorreu no passado 4 de Março a 3ª edição do Granfondo da Arrábida. O Ciclismo 24 por 24 acompanhou de perto os acontecimentos deste evento, com larga antecedência ao dia da prova.
O percurso era desafiante. Com 3 opções, estas ofereciam um pouco de tudo, desde a subida à serra da Arrábida, sterrato, pavé, mas sobretudo pisar o troço que os profissionais pisaram no dia seguinte – Esta foi uma novidade bem agradável desta edição.
Quanto ao percurso, Davide Marques não tem dúvidas, “um bom traçado, duro, apenas a descida da Tia Líbia que dava acesso a Setúbal foi um ponto menos positivo. No geral, foi positivo e uma experiência a repetir”. Esta opinião do homem da Nutrimania foi a opinião generalizada.
Nuno Manso, correu em casa e aproveitou para estudar o percurso. “Sabia exactamente onde eram os pontos onde podia ter maior ou menor dificuldade e onde podia tentar resolver a corrida. Todo o percurso tinha o seu grau de dificuldade, sendo que os primeiros km’s tinham o vento lateral como grande dificuldade. A parte da serra, é do conhecimento geral que iria ser difícil, embora este ano, com a inclusão da subida da Cobra no final, veio dar outra dinâmica e dificuldade ao percurso”.
Paulo Martins, rematou a questão, “Sinceramente o João Serralheiro como organizador tem de se sentir orgulhoso do que conseguiu realizar. Percurso duro, com paisagens espectaculares. Este ano teve a novidade de um sector de sterrato e um final que fez lembrar as Clássicas das Ardenas”.
Dos 520 inscritos, 418 ciclistas, nos diversos percursos e escalões, finalizaram a prova. Tiago Silva, do Viveiros Vítor Lourenço, foi o grande vencedor. Completou os 128 km’s em 3:41h. Nuno Manso (Asfic) e Paulo Martins (UCA) fecharam o pódio do Granfondo.
Mas como foi a prova? Para Nuno Manso começou com um furo, enquanto Davide Marques (Nutrimania) com um dos bidons a saltar logo ao km 15 numa zona acidentada. Os primeiros 60 km’s de competição foram bastante rápidos. Os km’s foram passando até que no Solitário a corrida é mexida e forma-se um grupo de 7 atletas…na chegada à subida do Convento a fuga foi avistada, altura em que Nelson Eduardo venceu a Camisola da Montanha. Após nova dificuldade, forma-se a fuga que viria a discutir a corrida no final.
Passada a dificuldade da serra, na zona de Azeitão, Tiago Silva resolve atacar a corrida, seguido por Nuno Manso e Paulo Martins. Uma falha de leitura de corrida retirou aqui Davide da discussão da vitória. Na última passagem por S. Paulo, Paulo Martins tentou ir embora sozinho na descida.
Alguns km’s adiante, na entrada para a subida da Cobra, Paulo foi alcançado por Nuno (e surpreendentemente também pelo seu colega de equipa Humberto) e Tiago Silva. Tiago impôs um ritmo que fez descolar os companheiros de fuga, vencendo. Nuno Manso chegou meio minuto depois, numa incrível prestação após andar 2h isolado a tentar recolar no pelotão após o furo inicial. Paulo Martins completou o pódio.
Sofia Boss (Maiatos – Reabnorte) foi a primeira mulher a completar o Granfondo, seguida por Nicola Mckernan (Phoenix) enquanto Lúcio Oliveira (C.E. Azeitonense) e João Batata (Gruppetto D’arrábida – All 4 Bikes) e Domingos Ferreira venceram em MedioFondo, MiniFondo e MedioFondo Vintage, respectivamente. Destaque ainda para presença de atletas paralímpicos na prova.
Que dizer de Davide Marques? 10 anos sem competir na vertente de estrada e finalizou no 10º posto! “O ultimo ano que tinha efectuado uma competição de estrada foi numa prova do escalão sub-23 ao serviço do Clube de Ciclismo de Cabanas que entretanto deixou de existir. Este regresso no Granfondo da Arrábida foi uma opção tomada pouco tempo antes motivado por diversas situações entre as quais conhecer bem a zona, estar num bom momento de forma e saber que a corrida era propícia a obter um bom resultado”.
Palavras para Paulo Martins? Inactivo 6 anos, regressa e logo no pódio. Questionado sobre o assunto, o comentador da Eurosport afirmou “Trabalhei muito em 2016 para regressar à competição e realizar uma única prova, o Campeonato Nacional. Meti em mim mesmo um objectivo alto. Ser campeão nacional M45 fechei em 2º. Agora depois de ultrapassado o evento posso confessar que levava como objectivo vencer a prova. Talvez ambição a mais. Para 2017 tenho mais objectivos. O primeiro já passou. Foi o Grandfondo da Arrábida. Perdi para dois grandes atletas, Tiago Silva e Nuno Manso. Sinto-me orgulhoso do que alcancei. Um agradecimento especial aos meus apoios (Bike4US, Pinarello, SpeedSix, GoldNutrition, MKings, Nht Lda, Homeostase Terapias Naturais, Saltar Trilhos, Lurbel, BikeTreino), aos meus colegas de treino, que têm sido umas verdadeiras amizades… E sem dúvida à minha Mulher que me expulsou de casa para voltar a ter o prazer de pedalar”, finalizou.
“Dei um abraço ao Paulo Martins, assim como também dei ao Tiago Silva de quem já fui colega de equipa, e dei a muitas outras pessoas que ali estavam para me apoiar. O resultado que tive, foi fruto do meu esforço, mas sem o apoio de todas essas pessoas, isso não era possível”, afirmou Nuno. Já Paulo, respondeu dizendo “levo estes convívios também para reviver velhos amigos e fazer novas amizades”.
“Acredito que esta prova será uma referência nacional. Já está marcado na minha agenda para em 2018 voltar”, não está só na agenda de Paulo Martins, mas de tantas outras pessoas.
Granfondo da Arrábida, a prova dos Campeões!
Fotos: Granfondo Arrábida / JMS Photografy