Entre os dias 20 e 24 de Fevereiro, a 45ª edição da Volta ao Algarve foi para a estrada. Com 12 equipas do World Tour, portugueses como Tiago Machado (Sporting – Tavira) e Ruben Guerreiro (Katusha – Alpecin) eram apontados a dar espectáculo. Os mesmos de sempre. E mais uma vez, esses nomes passaram em branco. Um facto estava garantido: o vencedor final seria inédito pois nenhum dos vencedores das últimas 10 edições estava presente à partida.

A primeira etapa ficou marcada por uma queda colectiva nos derradeiros quilómetros. Fabio Jakobsen (Deceuninck – Quick Step) bateu Arnaud Démare (Groupama – FDJ) e Pascal Ackermann (Bora – Hansgrohe), sendo o primeiro a vestir a camisola amarela. Antes disso, Sérgio Paulinho (Efapel) foi o protagonista ao andar escapado durante largos quilómetros.

O Alto da Fóia ao segundo dia prometia a primeira selecção quanto aos potenciais vencedores da prova. Amaro Antunes (CCC Team) cedo mostrou as suas intenções que esbarram na barra em ambas as tentativas: a fuga onde se inseriu foi anulada e o seu ataque já na última dificuldade do dia foi desferido mesmo com a meta à vista. O vencedor foi Tadej Pogačar (UAE – Team Emirates). O jovem esloveno surpreenderia tudo e todos ao não largar mais a liderança da prova.

Amaro Antunes a cortar a meta.

No contra-relógio individual, o ciclista da UAE – Team Emirates defendera-se junto dos melhores. Stefan Kung (Groupama – FDJ) venceu esta etapa, com Søren Kragh Andersen (Team SunWeb) a ficar a 2 segundos e a passar a ser a maior ameaça à liderança de Tadej, juntamente com Enric Mas (Deceuninck – Quick Step) que, apesar do modesto 12º posto no esforço individual, ascendeu à 2ª posição da prova.

A penúltima etapa foi ganha por Dylan Groenewegem (Team Jumbo – Visma), que bateu Arnaud Démare (Groupama – FDJ) e Jasper Philipsen (UAE – Team Emirates), num sprint que teve muito maior participação que o primeiro. Ainda assim, o pelotão ficou cortado na parte final, havendo diferença entre favoritos na ordem dos 7 segundos.

A mítica subida ao Alto do Malhão veio a coroar Tadej Pogačar, não sem antes um grande espectáculo. As equipas principais tentaram impor as suas tácticas e isso levou a um ritmo alto no pelotão desde cedo. Søren Kragh Andersen atacou a 20 quilómetros do fim, em busca da camisola amarela. Na sua roda estiveram Stephen Cummings (Dimension Data) e Zdenek Stybar (Deceunink – Quick Step) mas ambos abandonariam a companhia do jovem dinamarquês. O primeiro ficou para trás e o último atacou, sendo o primeiro a ver a linha de meta. Destaque-se também Amaro Antunes e João Rodrigues (W52 – FC Porto) que, mais uma vez, chegaram junto dos melhores, terminando entre os 10 mais da geral.

Momento em que Stybar deixou Søren Kragh Andersen para trás.

Pela positiva, uma palavra de apreço para a equipa LA – Alumínios, comandada pelo ambicioso treinador Carlos Reis, que através dos pontos de David Ribeiro obtidos nas contagens de montanha da primeira etapa, foi a única equipa portuguesa a subir ao pódio da algarvia. Pela negativa, destaque-se Ruben Guerreiro e, especialmente Tiago Machado. Voltamos a frisar que o experiente ciclista, desde que foi hospitalizado em Março passado com um “problema ligeiro” nunca voltou a 100%. A restante imprensa portuguesa tem levado a cabo uma campanha de rejuvenescimento do atleta (em vez de dar espaço aos mais jovens) que, infelizmente, não acontecerá. No dia próximo dia 11 de Agosto, dia em que acabará a 81ª Volta a Portugal, as poucas dúvidas que restam serão dissipadas. Por agora fica uma certeza: Tiago Machado terminou em 39ª, e não foi visto entre os melhores ao longo dos 5 dias.

Top-10 final da prova.

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