Passada mais de uma semana após o 5º Granfondo da Arrábida, finalmente tenho pernas para fazer o rescaldo daquela que foi a minha primeira experiência em provas desta natureza.

Fiz apenas três treinos para um percurso que se adivinhava muito difícil (sim, três!), mas sentia-me mais do que preparado porque, psicologicamente, estava forte. Sentia-me capaz de fazer os 85km do MedioFondo a bom nível, mas os primeiros quilómetros assustaram-me um pouco.

E assustaram por quê? Porque estava a correr a uma velocidade que nunca tinha andado. Para mim, aquilo foi uma completa loucura e eu só pensava: “Abranda, não vais ter pernas para o final.” Pois, não abrandei e lá segui… Quando bateu a primeira hora de corrida já tinha cerca de 32 quilómetros percorridos (credo!), mas as dificuldades do percurso ainda não tinham aparecido.

Ao início ainda se ia a andar bem…

Encontrei o meu ritmo na fase mais fácil e integrei-me num grupo de vinte e poucos corredores que iam num bom ritmo’zinho. Chegado o primeiro ponto de abastecimento o grupo partiu-se e o ataque à primeira subida foi um pouco estranho, porque, lá está, não sabia bem o que esperar. Era ver e reagir e bem… se aquilo inclinava!

Muro das Necessidades! Assusta só pelo nome, mas quando olhei para os números ainda me assustei mais: 500 metros a mais de 10% de inclinação e com pontos a picar os 20 e tal! Isto com 49km já feitos. Foi cerrar os dentes, colocar no andamento mais leve e fazer força nos crenques. Para espanto meu, quando fui ver os resultados no fim da prova, os meus dois minutos nessa subida ficaram entre os melhores 150 tempos no Strava nesse dia (como se diz na gíria: se não está no Strava, não aconteceu). Nada mau! Venha a próxima!

E a próxima era a… Serra da Arrábida! Hora de sofrer. Tinha feito a subida na semana anterior e as dificuldades foram muitas, ou seja, não estava nada confiante. Mas os quilómetros iam passando e eu lá ia. A sofrer, certo, mas a andar bem. Demorei exactamente 23 minutos e 33 segundos a fazer a subida e bati o meu recorde. Não é culpa vossa, mas os andamentos mais leves da minha bicicleta… são super pesados, por isso fui ‘às cabeçadas’ ao guiador durante maior parte da subida, mas a verdade é que ultrapassei mais do que fui ultrapassado.

Sofri muito sim, mas não há sentimento igual a chegar lá acima (seja a Arrábida, seja o Montejunto ou o cabeço da minha casa), olhar lá para baixo e ver a vista e ter o sentimento de dever cumprido. Mas o dever… ainda não estava cumprido. Faltavam 20 quilómetros.

Descer é fácil, o pior foi o que veio a seguir…

A muito custo lá cheguei à separação de percurso. Última inclinação: 500 metros para o final. Agora é que era, subida final para o Castelo de Sesimbra. Só faltava aquilo. Volto a dizer, eram 500 metros, mas eu devo ter feito 800, pois fiz toda a subida aos zigue-zagues. Lá consegui chegar à meta e comer o merecido pão com chouriço. Agora sim, objectivo cumprido!

Hora de ir buscar a medalha, deitar-me um pouco na calçada e vangloriar-me do meu feito com os familiares (sim, ter acabado foi um feito). Para a estreia não foi nada mau e só deu vontade para mais. O resultado é o menos importante, mas não deve ter sido muito mau, isto porque o Bas Dost até pediu para tirar uma foto comigo.

Tive que parar o carro para tirar uma foto!

Apesar de algumas estradas em mau estado, o percurso foi bom e as paisagens da Arrábida nunca desiludem. Não poderia ter escolhido um melhor sítio para fazer a estreia e para o ano, lá estarei de novo.

PS: Não passei no Assenta, mas dizem que aquilo foi durinho…

Resultados na íntegra para ver aqui.

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