22 equipas presentes, num total de 176 ciclistas, 48 dos quais estreantes em Grandes Voltas e ainda 5 portugueses: Rui Costa, Ivo e Rui Oliveira (UAE – Team Emirates), Ricardo Vilela (Burgos – BH) e Nelson Oliveira (Movistar). 2 896,9 quilómetros distribuídos por 18 etapas, 450 cidades e muita dureza aguardavam estes atletas.

O pelotão em pleno Novembro, no fecho de uma temporada atípica.

Ao primeiro dia começaram logo a formar-se diferenças importantes entre os favoritos. Primož Roglič (Team Jumbo – Visma) bateu a concorrência, com Daniel Martínez (EF Pro Cycling) a ser vítima de queda, cujas sequelas o fariam abandonar mais adiante. No dia seguinte Richard Carapaz (Ineos Grenadiers) tentou responder ao esloveno na mesma moeda, atacando na última subida do dia. Mas foi Marc Soler (Movistar Team) a fazer a diferença já na descida até à meta, vencendo. À terceira etapa foi a vez de Dan Martin (Israel Start-Up Nation) picar o ponto, no dia em que Esteban Chaves (Mitchelton – Scott) perdeu tempo devido a problemas mecânicos e Thibaut Pinot (FDJ) abandonou.

Dan Martin bateu o duo favorito e dedicou o triunfo à sua mulher.

Os sprinters viraram protagonistas à 4ª jornada, com Sam Bennett (Deceuninck – Quick Step) a dizimar a concorrência. As fugas viriam a reinar nos três dias posteriores. No primeiro, Tim Wellens (Lotto Soudal) bateu Guillaume Martin (Cofidis), no segundo Ion Izagirre (Astana) levou a melhor sob Michael Woods (EF Pro Cycling) e Rui Costa, com Carapaz a assumir a liderança da prova e com Woods a vencer ao terceiro dia, num dia marcado pela ingressão na fuga e ganhos de tempo importantes por parte de Alejandro Valverde (Movistar Team). A 8ª etapa seria marcada pela estreia do Alto de Molcalvillo (11,3 quilómetros com 7,6% de pendente média). A jornada ditou um mano-a-mano entre Roglič e Carapaz. O esloveno acabou por vencer mas o equatoriano manteve a camisola vermelha.

Roglič bateu Carapaz mas o equatoriano preservou a liderança.

Em nova chegada ao sprint, Bennett venceu mas foi desclassificado por sprint irregular, tendo sido a vitória atribuída a Pascal Ackermann (Bora – Hansgrohe). O dia seguinte foi igualmente em chegada compacta mas em ligeira subida, aproveitada por Roglič que bateu os demais e regressou à liderança da prova. Ao 11º dia nova fuga vingaria de novo, com David Gaudu (FDJ) a bater Marc Soler que fugiu ao pelotão já numa fase adiantada da jornada. A etapa mais dura da edição viria a seguir: ascensão ao L’Angliru (12,4 quilómetros a 9,9% de pendente média), numa jornada de apenas 109,4 quilómetros. Enric Mas (Movistar Team) foi o primeiro favorito a atacar, levando consigo Carapaz e Hugh Carthy (EF Pro Cycling). Este último viria a destacar-se do trio para vencer e Carapaz a subir de novo à liderança. Liderança essa perdida no dia seguinte, por ocasião do contra-relógio individual conquistado por Primož Roglič. Nelson Oliveira fechou na 3ª posição.

Nelson Oliveira brilhou no esforço individual de 33,7 quilómetros.

Nova fuga viria a vingar ao 14º dia de prova, com Wellens a levar a melhor sob Woods. Na etapa mais longa da edição, 231 quilómetros, Rui Costa tentou (de novo) a sua sorte mas era dia para chegada compacta e foi o seu colega Jasper Philipsen a vencer. Este foi lançado e colocado pelos gémeos Oliveira, num trabalho de equipa perfeito. No dia seguinte a Movistar trabalhou intensivamente para levar Valverde à vitória mas o Bala foi batido na meta por Magnus Cort (EF Pro Cycling). Na última oportunidade para os favoritos, 34 atletas formaram a fuga do dia, entre eles Rui Costa, Ivo Oliveira e Nelson Oliveira. Esta vingaria, com Gaudu a somar novo triunfo e a ascender ao top-10 da geral. Entre os favoritos, Hugh Carthy abriu as hostilidades e Carapaz seguiu a deixa, relegando Roglič para segundo plano. O esloveno foi ajudado e levado até à meta… Pela Movistar, numa vingança fria ao equatoriano da Ineos (que saiu da equipa espanhola para a britânica envolta de imensa polémica) que acabaria por não fazer as diferenças necessárias para subir à liderança da prova.

A imagem da edição: Movistar a trabalhar para Roglič após novo ataque de Carthy.

O pelotão chegou a Madrid com 142 corredores (com o quinteto português que iniciou a prova), na primeira vez em 35 anos que não se correram as 21 etapas habituais. Foi a 7ª edição com menor diferença entre 1º e 2º classificados. Primož Roglič, em duas participações, somou dois triunfos, tornando-se no 4º ciclista da história a conquistar a prova nas duas primeiras participações. À camisola vermelha juntou a camisola verde, também pela segunda vez consecutiva, tornando-se no primeiro ciclista a vencer a vermelha e a verde por dois anos consecutivos. Enric Mas conquistou a juventude, com a sua equipa a levar a classificação colectiva. Guillaume Martin triunfou na montanha, com o seu compatriota Rémi Cavagna (Deceuninck – Quick Step) a ser considerado o mais combativo da edição. Houve ainda tempo para Chris Froome (Ineos – Grenadiers) ser distinguido (pelo seu triunfo de 2011, após desclassificação de Juan José Cobo) pela organização e para Pascal Ackermann conquistar ao sprint a última etapa da temporada.

Top-15 final.

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