Com início em Barcelona, a 78ª edição da Vuelta a España contou com 176 ciclistas distribuídos por 22 formações. Entre os presentes, dois ex-vencedores: Remco Evenepoel (Soudal Quick – Step – 2022) e Primož Roglič (Team Jumbo – Visma – 2019, 2020 e 2021) e, ainda, seis portugueses: Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty), André Carvalho (Team Cofidis), Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro (Movistar Team) e João Almeida e Rui Oliveira (UAE Team Emirates). Para muitos, foi estranho não ver Alejandro Valverde (Movistar Team) no pelotão, o Bala que, recorde-se, retirou-se no final da temporada de 2022.
O contra-relógio colectivo inaugural foi marcado pelo mau tempo e pela fraca visibilidade. A equipa da DSM foi a mais forte, levando o Campeão do Mundo de Contra-relógio em Sub-23 Lorenzo Milesi à liderança da prova. A primeira etapa em linha foi conquistada por Andreas Kron (Lotto Dstny). Ainda em Barcelona, a chegada foi marcada pelo forte dilúvio que levou a organização a antecipar a tomada de tempos pelo que Andreas Piccolo (EF) assumiu a liderança da prova. As polémicas com a organização continuaram no dia seguinte quando Evenepoel bateu tudo e todos… até no fotógrafo que estava mal-posicionado na linha de meta e levou o belga ao chão. Com Remco na liderança da prova, Ruben Guerreiro desistiu com uma fractura na clavícula e Kaden Groves (Alpecin – Deceuninck) venceu as duas jornadas ao sprint que se seguiram, antes da primeira fuga do dia vingar. Entre os fugitivos, Sepp Kuss (Team Jumbo – Visma) foi o mais forte, mesmo depois de estar no 106º Giro d’Italia e no 110º Tour de France. O jovem Lenny Martinez (FDJ) assumiu a liderança da prova, vendo o compatriota Geoffrey Soupe (TotalEnergies) vencer pela primeira vez no World Tour aos 35 anos.

A 8ª etapa trouxe até à prova espanhola todo o poderio da Jumbo – Visma. Primož Roglič venceu e Sepp Kuss assumiu a liderança da prova. No final da primeira semana, a fuga voltaria a vingar, desta feita com Lennard Kämna (Bora – Hansgrohe). O alemão tornou-se, assim, no 106º ciclista a vencer na três Grandes Voltas, numa jornada que, ninguém entendendo bem porquê, terminou a 2,6 quilómetros do fim. Depois do descanso, Filippo Ganna (Ineos Grenadiers) foi o mais forte no contra-relógio individual, antes de nova fuga vingar, desta vez, com um homem da casa: Jesús Herrada (Cofidis). No regresso às chegadas compactas, Juan Sebastián Molano (UAE Team Emirates) foi o mais forte. A 13ª etapa desafiou os ciclistas a enfrentarem o Col du Tourmalet, proporcionando um autêntico recital da Jumbo – Visma, com a equipa a preencher todos os lugares do pódio, situação aplicada igualmente à geral classificativa. O dia deitou, ainda por terra, todas e quaisquer aspirações de João Almeida, Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) e Remco Evenepoel no que à geral diz respeito. Este último vingou-se no dia seguinte, inserindo-se na fuga do dia e não dando qualquer hipótese aos restantes fugitivos.

O ciclista belga lançou-se novamente ao ataque no dia seguinte e novamente com companhia portuguesa. Desta feita, Rui Costa.O português esteve pesente na primeira selecção feita pelo belga e foi o único a responder ao ataque de Santiago Buitrago (Team Bahrain Victorious). Ao duo juntou-se Lennard Kämna (Bora – Hansgrohe) mas, na hora do sprint, foi o português o mais forte.

A terceira semana começou com Jonas Vingegaard e Primož Roglič a erguerem os braços, reforçando o pódio inteiramente pertencente à Jumbo – Visma. Na 18ª etapa a fuga do dia voltou a ter o seu êxito com Remco Evenepoel a ter nova oportunidade de erguer os braços. Os sprints voltaram logo depois, com Alberto Dainese (Team DSM) a picar o ponto num dia marcado por uma queda colectiva já perto do fim e pelo melhor resultado em provas do World Tour para André Carvalho que finalizou a jornada no 12º lugar. Naquela que, supostamente, seria a última oportunidade para os fugitivos, Wout Poels (Bahrain Victorious) usou da sua experiência para bater Remco Evenepoel. No entanto, o jovem belga fez das suas e colocou-se ao ataque na chegada a Madrid, com Kaden Groves na sua roda, levando mesmo ao sucesso da fuga. Groves acabou por vencer com alguma facilidade, num dia em que Rui Costa, um dos fugitivos, fechou no 6º lugar.
148 ciclistas chegaram a Madrid e viram a consagração de Sepp Kuss com os seus colegas de equipa Jonas Vingegaard e Primož Roglič a completarem o pódio, respectivamente. João Almeida terminou a prova no 9º lugar, Rui Costa no 41º, Nelson Oliveira no 53º, André Carvalho no 134º e Rui Oliveira foi o lanterna vermelha, no 148º lugar. Kaden Groves foi o ciclista mais regular, Remco Evenepoel conquistou a camisola da montanha, Juan Ayuso foi o melhor jovem e a Team Jumbo – Visma a melhor equipa.
No que ao Jogo das Apostas diz respeito, Paulo Martins manteve a onda vitoriosa com que tinha finalizado o 110º Tour de France:
Nos famosos Envelopes, Olivier Bonamici mordeu os calcanhares do ex-ciclista mas este imperou e levou também este triunfo para casa: