A saga de críticas aos ciclistas e as acusações de doping e utilização de motores no Tour de France começa, infelizmente, a ser normal.
Há sempre batoteiros e por isso é que existem comissões e organizações que estabelecem regras, castigos e têm a função de manter as diversas modalidades os mais limpas e credíveis possível.
“Chris Froome ganha o Tour apenas porque está dopado” é o que mais se ouve desde que o britânico assumiu a camisola amarela e deixou todos para trás na etapa 10. A UCI é responsável pelos controlos anti-doping e Froome não acusou positivo em nenhum. O sistema está eficaz? Sim, Luca Paolini foi apanhado num dos controlos.
Será esta especulação positiva? De todo não.
A UCI deve começar por apertar o cerco face aos motores na bicicleta. São uma máquina que pode ser utilizada sem ninguém notar e Greg Lemon disse ao Cycling Tips que acredita que estes já tenham sido utilizados ao mais alto nível, no entanto neste Tour não há que haver preocupações. Até à etapa 18 foram feitos 25 testes no que diz respeito aos motores e se houvesse algo errado, já saberíamos.
Olhemos às camadas jovens, como se sentem os aspirantes ciclistas a verem este ambiente em torno da sua modalidade? Muitos perdem a vontade imediata de pedalar face a esta acusações, espectáculo e faltas de respeito. Não é assim que se leva um desporto para a frente e o torna mais verídico.
Passemos ao público, será que os espectadores recebem bem tudo isto? Aqui passemos a factos:
- Cuspiram em Chris Froome mais de um par de vezes.
- Chris Froome levou com um balde de urina numa das etapas.
- O britânico da Sky foi agredido várias vezes e escapou a outras tantas tentativas.
- O líder e quase vencedor deste Tour foi mais assobiado do que aplaudido nesta edição.
Tudo tem limites. Nenhum ciclista gosta no seu perfeito juízo de ver um companheiro de estrada a ser tratado desta maneira. Nós, amantes da modalidade, também não. Não basta ter fé na verdade desportiva, as entidades responsáveis têm que dar respostas, factos e informações verídicas antes que acontece algo de mais grave. Estamos a falar da segurança de ciclistas, que trabalham meses, anos para atingirem os seus objectivos e não ser vaiados. São seres humanos, têm que ser respeitados.
Sobre este assunto, Gonçalo Moreira (comentador do Eurosport) disse no seu Twitter:
“Ciclismo e doping, o eterno debate. Batoteiros há em todo o lado. Por isso há juízes/castigos. Perder o prazer de ver? Não deixo que mo tirem.”
É assim que todos devemos pensar e agir, enquanto as entidades devem trabalhar para apurar os factos, punir os batoteiros e tornar cada vez mais o que vemos 100% limpo. Por enquanto teremos que ter fé.