O ciclista português de 39 anos Rui Alberto Faria da Costa terminou a sua carreira profissional após 17 temporadas consecutivas no World Tour, escalão máximo do ciclismo internacional – o que, por si só, constitui um recorde nacional.

O atleta procurou, até à última da hora, correr uma última temporada. Mas uma lesão no joelho que o retirou da maior parte desta temporada que agora termina, aliado à idade avançada e ao estatuto de ‘estrela’ que merecidamente conquistou ao longo dos anos, levou a que tal não fosse possível.

Tendo começado a surgir alguns rumores de que este defecho poderia preciptar-se, o próprio Rui Costa acabou por antecipar-precipitar o comunicado, escolhendo até uma foto que pouco ou nada ilustra a sua carreira desportiva. A última prova do ciclista oriundo da Póvoa do Varzim acabou por ser a 119ª Il Lombardia, o 5º Monumento que foi conquistado pela 5ª vez por Tadej Pogačar (UAE Team Emirates). Antes disso o português vinha somando alguns resultados que alimentavam a esperança de mais uma temporada, entre os quais:

  • 2º lugar no 77º Trofeo Matteotti;
  • 2º lugar na 4ª etapa da 47ª Vuelta a Burgos;
  • 2º lugar na 5ª etapa do 74º Tour of Austria.

Para trás não fica apenas a carreira profissional marcada por 18 participações em Grandes Voltas (14 das quais concluídas), 34 participações em Monumentos (25 dos quais concluídos, com 2 pódios) e 33 vitórias de onde se destaca, claro, a conquista do Campeonato do Mundo de Estrada em 2013.

Para trás fica O Homem que fez rejuvesnecer em todo um país a paixão pelo ciclismo. O Homem que levou toda uma geração a querer ser ciclista profissional. O Homem que fez o ciclismo (voltar a) ser capa de todos os jornais desportivos e não-desportivos.

Se o ciclismo português e em Portugal vive uma boa-nova há quase uma década, a Rui Costa se deve, por mais que o tempo ou a conveniência tendem-tentem esquecer tal facto. Como se podem esquecer a três vitórias de etapa no Tour de France às quais se juntou uma conquista na Vuelta a España?

Enquanto ciclista profissional, o tri-campeão do Tour de Suisse (2012, 2013 e 2014) representou:

  • SL Benfica (2007-2008);
  • Movistar (20009-2013) – antiga Caisse d’Epargne;
  • UAE Team Emirates (2014-2022) – antiga Lampre – Merida;
  • Intermarché – Circus – Wanty (2023);
  • EF Education – EasyPost (2024-2025).

O fim da carreira do Rui Costa marca (parte d)o fim, também, de uma (feliz) era. Ficam as memórias. Ficam as alegrias. Ficam os sorrisos como aquele que o filho de Rui Costa, Valentino, deu ao pai antes da partida da 79ª Vuelta a España em Cascais (naquela que viria a ser a última Grande Volta disputada pelo pai, logo após aquela que acabou por ser a sua última vitória, na prova de fundo dos Campeonatos Nacionais).

Obrigado, Campeão!

📷 © [2024] [Diogo C. Santos]. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida sem autorização.

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