O 104º Tour de France culminou com Chris Froome (Sky) pela quarta vez a subir ao lugar mais alto do pódio em Paris. Depois de já o ter feito em 2013, 2015 e 2016, o britânico voltou a provar que é o mais forte deste pelotão no que toca a Grandes Voltas e aproxima-se cada vez mais dos recordes desta prova. Rigoberto Uran (Cannondale) acabou no 2º lugar da geral e Romain Bardet (AG2R) fechou o pódio. Nos outros prémios, Michael Matthews (Sunweb) ganhou pela primeira vez a camisola verde depois da ridícula desqualificação de Peter Sagan (Bora – Hansgrohe), Warren Barguil (Team Sunweb) foi o Rei da Montanha e Simon Yates (Orica-Scott) sucedeu ao seu irmão como melhor jovem da prova.

Foi uma corrida muito pensada, não muito atacada e sempre com 5/6 homens a conseguirem equivaler-se. E quando assim é, quem ganha é a Sky com os seus “ganhos marginais”. A 4ª vitória de Froome começou a construir-se logo na 1ª etapa, no prólogo de Düsseldorf, ganho por Geraint Thomas (Team Sky) e onde Chris Froome ganhou logo mais de 30 segundos para os seus adversários directos, com especial nota para Alejandro Valverde (Movistar Team) que caiu com gravidade e abandonou a prova. Depois Froome ganhou mais tempo no contra-relógio final, tendo acabado com 54 segundos de vantagem para Uran.

Nas etapas de montanha, raramente houve diferenças. Aru foi o primeiro a mostrar as intenções e venceu a primeira batalha dos líderes, mas o italiano adoeceu e fez uma terceira semana em decrescente. Rigoberto Uran, Romain Bardet também ganharam etapas na montanha. Destaque para Barguil, que foi uma das figuras do Tour, mostrou-se ao nível dos melhores e ganhou duas etapas, depois de uma grave lesão que assolou a primeira parte da sua temporada. Mas o problema ‘dos outros’ é que Froome estava sempre lá, e a camisola amarela premeia, de facto, o mais regular.
O rei dos sprinters foi Marcel Kittel (QuickStep-Floors) que arrecadou 5 etapas e tinha a camisola verde praticamente garantida até cair e abandonar à etapa 17. Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) também ganhou uma etapa, mas foi desclassificado à etapa 4 depois de, supostamente, ter provocado voluntariamente a queda e consequente abandono de Mark Cavendish (Dimenson Data). Está mais que provado que tal não se sucedeu. Arnaud Démare (FDJ), Michael Matthews (Sunweb), Edvald Boasson Hagen (Dimension Data) e Dylan Groenewegen (Lotto-NL Jumbo) também levantaram os braços neste Tour.

Não foi um Tour muito propício para as fugas, mas houve 4 dias que sorriram aos homens que se lançaram para a frente logo no início dessas etapas. Lilian Calmejane (Direct-Energie) fez lembrar os áureos tempos de Thomas Voeckler (que se retirou no final desta edição) e ganhou a etapa 8; Bauke Mollema (Trek-Segafredo) foi o mais forte na etapa 15; Primož Roglič (Lotto-NL Jumbo) resistiu aos homens fortes na etapa 17; e Edvald Boasson Hagen deixou toda a gente para trás na etapa 19.

As figuras deste Tour foram Froome, Kittel e Barguil. Pela negativa, destaca-se principalmente Nairo Quintana que teve uma época para esquecer, depois de ter ficado em segundo no Giro d’Italia. Destaque pela positiva para Tiago Machado (Katusha), que foi o único português em prova e representou muito bem as cores portuguesas na frente no pelotão, até acabou com um bigode tradicional português.
