À partida desta edição atípica estavam 176 ciclistas. 3 484 quilómetros por percorrer ao longo de 21 dias, atravessando 624 cidades e 29 passagens montanhosas. Destino final? Paris.

O início da edição 107 do Tour de France ocorreu em Nice, debaixo de chuva, levando vários ciclistas ao chão ao longo do dia. Destaca-se a queda de Miguel Ángel López (Astana) quando a equipa quis pegar na corrida, a sensivelmente 50 quilómetros do final. Ao sprint, Alexander Kristoff (UAE – Team Emirates) bateu o Campeão do Mundo Mads Pedersen (Trek – Segafredo). Mas ainda em Nice, Julian Alaphilippe (Deceuninck – Quick Step) viria a roubar a camisola amarela do norueguês. Numa chegada em trio, o francês bateu Marc Hirschi (Team SunWeb) e Adam Yates (Mitchelton – Scott), respectivamente. Antes da primeira chegada em alto, foi a vez de Caleb Ewan (Lotto Soudal) picar o ponto.

Julian Alaphilippe venceu a etapa 2 e dedicou a vitória ao pai.

Ao 4º dia, a Team Jumbo – Visma pegou na corrida e levou o seu líder, Primož Roglič à vitória. O esloveno bateu o seu compatriota Tadej Pogačar (UAE – Team Emirates). No dia seguinte, a equipa neerlandesa viria a vencer de novo, desta vez ao sprint com Wout van Aert. A liderança passaria para Adam Yates, depois de Alaphilippe ser penalizado devido a um abastecimento irregular. A 6ª etapa viria a ser marcada por uma fuga de onde Alexey Lutsenko (Astana) sairia vitorioso. Em nova chegada ao sprint, nova vitória de Wout van Aert. Desta feita bateu Edvald Boasson Hagen (NTT Pro Cycling) e Bryan Coquard (B&B Hotels), depois de um trabalho desmedido da Bora – Hansgrohe que fez descolar nomes importantes para a geral como Mikel Landa (Bahrain – Mclaren) e Tadej Pogačar. Na penúltima jornada antes do primeiro dia de descanso, nova fuga vingou, com Nans Peters (AG2R La Mondiale) a ser o mais forte. No pelotão, Thibaut Pinot (FDJ) despedia-se da luta pela geral ao perder mais de 20 minutos. Antes do dia de descanso, Roglič ascendeu à liderança da prova, mesmo depois de perder a etapa para Pogačar. Entre 1º e 10º distavam apenas 1:42 minutos.

Ao 4º dia a Jumbo – Visma comandou o pelotão e o seu líder correspondeu.

À 10ª etapa Sam Bennett (Deceuninck – Quick Step) bateu Caleb Ewan e Peter Sagan (Bora – Hansgrohe) ao sprint, respectivamente, chegando à liderança da camisola da regularidade. No dia seguinte foi Ewan a bater Bennett, com Sagan a ser penalizado após conduta incorrecta no sprint. Na etapa mais longa da edição, a fuga vingou novamente e Marc Hirschi ergueu os braços após 218 quilómetros. No dia seguinte, uma outra fuga vingaria, com Daniel Martínez a atingir o triunfo para a EF Pro Cycling. Nos favoritos, os eslovenos destacaram-se dos demais em cerca de vinte segundos. O dia viria ainda a ficar marcado pela desistência no final da jornada de Romain Bardet (AG2R La Mondiale) com uma comoção cerebral após cair durante a jornada. Era 4º à geral. À 14ª etapa a Team SunWeb voltaria a vencer, desta vez com Søren Kragh Andersen, após o dinamarquês atacar na recta final da jornada.

Sam Bennett venceu e roubou a camisola verde a Peter Sagan.

O Grand Colombier prometia fazer diferenças, no entanto, não decidiu o Tour. A Jumbo – Visma liderou as hostilidades e fez deitar por terra as aspirações de Nairo Quintana (Team Arkéa Samsic) e Egan Bernal (Team Ineos). No entanto, a vitória viria a sorrir a Pogačar, que bateu novamente Roglič. Richie Porte (Trek -Segafredo) demonstrou ainda que estava em boa forma, completando o pódio da jornada. Após o segundo dia de descanso, as fugas voltaram a ter o seu sucesso. Lennard Kämna salvaguardou a pele da Bora – Hansgrohe, num Peter Sagan cada vez mais distante do seu objectivo. O pelotão chegou a 17 minutos do vencedor da jornada. A chegada ao Col de la Loze não se adivinhava fácil e diferenças importantes foram feitas. A Bahrain – Mclaren assumiu as despesas do pelotão mas Mikel Landa não teve capacidade para corresponder. Miguel Ángel López venceu e subiu ao pódio, com Roglič e Pogačar separados por 57 segundos.

Os dois eslovenos disputaram a etapa 15, com Richie Porte a observar de perto.

A quatro dias do fim, a Ineos deu um ar da sua graça, ao fazer a dobradinha com Michał Kwiatkowski e Richard Carapaz, oriundos e uma fuga de 32 atletas. No pelotão, depois de Adam Yates e Rigoberto Urán (EF Pro Cycling) descolarem, foi o momento de Porte ter o seu azar habitual. O australiano furou, no entanto, conseguiu recolar no grupo dos favoritos, mostrando uma vez mais que estava em grande forma. A etapa 19 foi marcada por mais uma fuga bastante tardia, com Søren Kragh Andersen a somar o segundo triunfo nesta edição. O contra-relógio do Tour estava reservado para a etapa 20 e consigo trouxe a reviravolta inesperada: pena quinta vez a camisola amarela mudou de dono antes do final da prova. Tadej Pogačar conquistou a etapa e não só anulou a desvantagem que tinha, como colocou 59 segundos a separarem-no de Primož Roglič. Num dia absolutamente desastroso para Alejandro Valverde (Movistar Team) que culminou com a saída do Bala do top-10, foi outro veterano a sorrir: Richie Porte ascendeu ao 3º lugar.

A etapa 18 mostrou a luz ao fundo do túnel à equipa Ineos.

No dia em que Pogačar se tornou no segundo ciclista mais jovem a vencer uma edição do Tour, à qual juntou a camisola da montanha e da juventude, Sam Bennett garantiu a camisola verde, vencendo e batendo Mads Pedersen e Peter Sagan, respectivamente. 146 ciclistas terminaram a prova. Nelson Oliveira finalizou em 55º, subindo ao pódio pois a Movistar Team foi a melhor equipa. Marc Hirschi foi o Super Combativo e Paulo Martins o vencedor do Jogo das Apostas.

Classificação final do Jogo das Apostas – Eurosport.

Após a morte de Nicolas Portal, a Ineo mostra não ter um rumo definido e isso reflectiu-se na sua prestação neste Tour. Mikel Landa dissipou as dúvidas que restavam, mostrando que muito dificilmente vencerá uma grande volta. No entanto, Espanha tem em Enric Mas (Movistar Team) uma boa oportunidade de voltar aos triunfos nas provas de três semanas. Guillaume Martin (Cofidis) também deixou boas perspectivas para os franceses. Por sua vez, Nairo Quintana eliminou as poucas esperanças que os colombianos ainda depositavam nele para a vitória final no Tour. Peter Sagan sofreu com a forte concorrência e viu ficar mais longe a sua 8ª camisola da regularidade. Quanto a Tadej Pogačar, resta saber qual o capítulo que o esloveno escreverá a seguir.

Os 12 mais da geral do 107º Tour de France.

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