176 ciclistas distribuídos por 22 equipas alinharam-se à partida para a edição 110 do Tour de France. Pela 25ª vez a prova começou fora de território francês e, pela segunda vez, em território espanhol. À partida estavam os vencedores das última quatro edições: Egan Bernal (Ineos Grenadiers – vencedor da edição de 2019), Tadej Pogačar (UAE Team Emirates, vencedor das edições de 2020 e 2021) e Jonas Vingegaard (Team Jumbo – Visma, vencedor da edição de 2022). À partida estavam, ainda, três portugueses: Rui Costa (Intermarché – Circus – Wanty) e Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro (Movistar Team).
A primeira etapa viu serem criadas as primeiras diferenças entre os demais favoritos. Pela primeira vez desde 2011 houve uma dobradinha de irmãos, neste caso entre os irmãos Yates. Simon (Team Jayco AlUla) viu Adam (UAE Team Emirates) erguer os braços num dia marcado, também, pela desistência de Enric Mas (Movistar Team). As duas primeiras chegadas ao sprint coroaram Jasper Philipsen (Alpecin – Dceuninck). O surgir da montanha trouxe a primeira fuga vitoriosa, com Jai Hindley (Bora – Hansgrohe), vencedor do 105º Giro d’Italia, a vencer e a assumir a liderança da prova. No entanto, Tadej Pogačar deu a resposta no dia seguinte, vencendo, mas não assumindo a liderança da prova que ficou a cargo de Jonas Vingegaard. No regresso aos sprints, Jasper Philipsen adiou o bater do recorde do número de vitórias em etapa por parte de Mark Cavendish (Astana). O britânico veria o seu sonho ser totalmente desfeito ao ser obrigado abandonar após uma queda grave logo no dia a seguir. A 8ª etapa ficou, ainda, marcada pela vitória de Mads Pedersen (Lidl – Trek). A primeira semana terminou com a segunda fuga desta edição a vingar, com Michael Woods (Isarel – Premier Tech) a erguer os braços.
A segunda semana começou com nova fuga a vingar. Pello Bilbao (Bahrain Victorious) foi o mais forte dos fugitivos, dedicando o triunfo ao falecido colega Gino Mäder. No regresso aos sprints, Jasper Philipsen voltou a ser o mais forte. A 12ª etapa voltaria a ser oferecida aos fugitivos, com Ion Izagirre (Cofidis) a vencer pela segunda vez na prova-maior do ciclismo. No dia seguinte Michał Kwiatkowski (Ineos Grenadiers) viria a ser o mais forte dos fugitivos. A Ineos voltaria a vencer novamente, com Carlos Rodríguez a baralhar as contas do pódio final. O dia foi ainda marcado pelos abandonos de Romain Bardet (Team DSM), Louis Meintjes (Intermarche – Circus – Wanty) e Ruben Guerreiro (Movistar Team). A última tirada antes do segundo dia de descanso foi para a fuga, de onde saiu Wout Poels (Bahrain Victorious) pronto a vencer pela primeira vez numa Grande Volta aos 35 anos.
A terceira semana começou com o contra-relógio montanhoso onde Jonas Vingeegard arrasou Tadej Pogačar, colocando o esloveno a quase dois minutos da sua liderança que estava presa, até então, por escassos segundos. A diferença foi dilatada no dia seguinte, com Pogačar a admitir ao rádio da equipa que estava vazio. A etapa foi conquistada por Felix Gall (AG2R) através da fuga do dia, cimentando seu lugar no top-10. A fuga surpreendeu o pelotão e conquistou sobre a linha de meta a etapa 18 através de Kasper Asgreen (Soudal – Quick Step). No dia seguinte a fuga voltou a vingar mas já com autorização do pelotão. Kasper Asgreen disputou até à linha de meta o triunfo com Matej Mohorič (Bahrain Victorious) mas, desta vez, não foi o dinamarquês a erguer os braços. Mohorič foi, então, o vencedor. A penúltima etapa colocou os principais protagonistas desta edição a disputarem a etapa entre si, com Pogačar a ser o mais forte, voltando a sorrir ao erguer os braços. A chegada aos Campos Elísios foi conquistada por Jordi Meeus (Bora – Hansgrohe).
150 ciclistas chegaram a Paris e viram a coroação de Jonas Vingegaard, com Tadej Pogačar e Adam Yates a completarem o pódio, respectivamente. Nelson Oliveira terminou a prova no 53º lugar e Rui Costa no 67º. Jasper Philipsen foi o ciclista mais regular, Giulio Ciccone (Lidl – Trek) o melhor na montanha, Pogačar o melhor jovem, a Jumbo – Visma a melhor equipa e Victor Campenaerts (Lotto – Dstny) o mais combativo.
Entre os comentadores do Eurosport, a Grande Boucle ficou para Paulo Martins que regressou aos triunfos no Jogo das Apostas quase dois anos depois do seu triunfo na 76ª Vuelta a España:
No que toca aos Envelopes, José Azevedo suplantou toda a concorrência: