Foi Paris-Roubaix, o “Inferno do Norte”, “L’Enfer du Nord”, “a Clássica das Clássicas”… como lhe quiserem chamar, mas foi isto tudo mesmo. Foi épico e acabou de forma espectacular, tal como esta corrida merece.

Tal como no Tour des Flandres, a prova começou muito rápida e a fuga demorou muito tempo a formar-se e apenas após 50 quilómetros se formou o grupo da frente com homens como Philippe Gilbert (AG2R) a lançarem-se para a frente.

Os heróis do dia.

A corrida estava muito nervosa e uma queda grave levou ao chão homens como o português Nelson Oliveira (Movistar) e Stefan Kung (BMC) que foram obrigados a abandonar. Greg van Avermaet (BMC) também esteve envolvido, mas conseguiu voltar ao pelotão muito rapidamente.

A fuga estava com liberdade e chegou mesmo a ter mais de nove minutos de vantagem, mas quando a Quick – Step começou a trabalhar a sério essa diferença rapidamente se dissipou. A equipa belga começava a mexer-se e lançou Philippe Gilbert para a frente. Pouco depois foi alcançado pelo seu companheiro Zdeněk Štybar, que por sua vez, se lançou na ofensiva.

Gilbert cedo tentou ir em busca do seu 4º Monumento.

A corrida estava numa fase numa ofensiva e depois de Štybar ser alcançado foi a vez de, a 54km da meta, Peter Sagan (Bora) atacar e… não levou ninguém atrás (o que se mostrou um grande erro por parte dos adversários). Rapidamente o Campeão Mundo chegou aos homens da frente e aí começou o trabalho a sério.

Juntamente com os homens da fuga, o eslovaco foi conseguindo ganhar tempo a todos os adversários que seguiam atrás. Niki Terpstra (Quick – Step) ia tentando e conseguiu partir o grupo, mas Sagan continuou seguro na frente e cada vez a ganhar mais segundos.

No momento em que Sagan acelerou na frente, apenas um homem o conseguiu seguir: Silvain Dillier. O campeão suíço seguiu na roda e percebeu que se não ajudasse o campeão do mundo, que ele o deixaria facilmente para trás. Por isso, juntaram esforços e conseguiram chegar juntos e com uma margem confortável à entrada do Velódromo.

Sagan e Dillier trabalharam muito bem juntos.

Peter Sagan seguiu na roda do suíço e só de lá saiu a 150 metros da meta para vencer a sua primeira Paris-Roubaix e o segundo Monumento da carreira. Dillier, depois de um esforço incrível, fechou no segundo lugar e Terpstra chegou isolado para fechar o pódio.

Sagan não deu hipóteses.

Uma história bonita desta prova é a de Evaldas Siskevicius (Delko Marseille), que conseguiu acabar a prova contra tudo e todos. O lituano lutava contra uma bronquite e desde cedo ficou para trás. Estava tão atrasado que até o carro-vassoura lhe passou à frente, mas lutou contra o seu próprio corpo e conseguiu chegar ao Velódromo, onde o portão já estava fechado, mas a organização deixou-o entrar e sentir o gosto de terminar a Paris-Roubaix (mesmo chegando tão fora de controlo). Isto é Ciclismo!

Um dos momentos do dia.

No entanto, esta edição da Paris-Roubaix ficou manchada pela morte de Michael Goolaerts (Vérandas), depois de uma paragem cardio-respiratória lhe provocar uma queda feia nos primeiros sectores. Foi transportado para o hospital, acabando por falecer horas depois.

Top-15 final.

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