Chegou ao fim a 99ª edição do Giro d’Italia, uma das edições mais espectaculares e emocionantes dos últimos anos. Vincenzo Nibali (Astana PT) a 3 etapas do final estava praticamente arredado da vitória mas com uma conjugação de qualidade e sorte conseguiu inverter a situação e arrecadou a sua 2ª vitória na competição. Esteban Chaves (Orica – GreenEdge) e Alejandro Valverde (Movistar Team) fecharam o pódio final.

Top-10 final.

As primeiras etapas, percorridas na Holanda, foram dominadas por roladores e sprinters. Destacam-se 2 nomes, Tom Dumoulin (Giant – Alpecin), que venceu o crono inaugural e andou vários dias de camisola rosa e Marcel Kittel (Etixx – Quickstep), que não deu hipóteses nos finais para puros sprinters. Em Itália, começaram a aparecer as primeiras dificuldades montanhosas, apesar de ainda serem ligeiras, e  Diego Ulissi (lampre – Merida), André Greipel, Tim Wellens (lotto – Soudal) e Gianluca Brambilla (Etixx – Quickstep) arrecadaram vitórias, com emoção à mistura.

Entre os favoritos à geral final não se verificaram grandes diferenças, sendo que o vencedor final não dava grandes indicações (vários ataques falhados). Dumoulin manteve a rosa até à 8ª etapa, tendo-a perdido para o vencedor dessa etapa, Brambilla.

Brilhante vitória de Tim Wellens na etapa 6.

A 9ª etapa foi um crono marcado pelas condições climatéricas adversas, crono este que foi vencido por Primož Roglič (LottoNL – Jumbo) e que nos mostrava um Mikel Landa (Team Sky) em grande forma e muito evoluído na especialidade. Acabaria por abandonar na etapa seguinte por doença. As etapas que se seguiram continuavam a não ter a montanha suficiente para fazer grandes diferenças entre os líderes e as vitórias de etapa foram arrecadadas pelo promissor Giulio Ciccone (Bardiani – CSF), Diego Ulissi (a 2ª vitória), André Greipel (a 3ª vitória) e Mikel Nieve (Team Sky)que salvou a honra da equipa britânica. Durante estes dias a maglia rosa foi passando de Brambilla para Bob Jungels (Etixx – Quickstep) e deste para Andrey Amador (Movistar Team).

Espectacular trabalho de equipa.

A 14ª etapa foi a primeira onde se começou realmente a definir o Giro d’Italia. Chaves e Steven Kruijswijk (LottNL – Jumbo) mostraram-se mais fortes que os principais favoritos, Nibali e Valverde (muito tempo perdido pelo Bala). O colombiano venceu mesmo a etapa e o holandês assumiu a maglia rosa. A crono-escalada seguinte era o verdadeiro teste à capacidade de Kruijswijk para vencer o Giro e este não desiludiu, foi o melhor de entre todos os favoritos e ganhou mais de 2min a Nibali. Alexander Foliforov (Gazprom – Rusvelo) venceu a etapa. A etapa seguinte trouxe mais do mesmo, Kruijswijk atacou com Valverde (que venceu a etapa) e voltou a ganhar tempo a Nibali e Chaves. Nesta altura parecia tudo bem encaminhado para o holandês vencer a prova, tinha 3min de vantagem para Chaves, 3m23s para Valverde e 4m43s para Nibali.

Valverde venceu pela 1ª vez no Giro.

As 2 etapas seguintes foram de transição, com vitórias para Roger Kluge (IAM Cycling) e Matteo Trentin (Etixx – Quickstep). Eis que surgiu a etapa mais decisiva deste Giro, a 19ª etapa. Parecia tudo controlado por Kruijswijk até que numa descida o holandês caiu (fracturou uma costela), perdeu muito tempo para voltar à corrida e não teve nenhum apoio para voltar à frente. Fez cerca de 50km em solitário e perdeu largos minutos para os adversários. Quem aproveitou foi Nibali que seguiu juntamente com Chaves até à última subida (os 2 com companheiros a ajudar), momento onde atacou e ganhou quase 1min ao colombiano (venceu também a etapa). Para a penúltima etapa Chaves partia com menos de 1min de vantagem para Nibali e o italiano, muito motivado, atacou com tudo, pondo em dificuldade o colombiano. Estava consumado o impensável e o Tubarão tinha conquistado a maglia rosa, numa etapa vencida por Rein Taramae (Team Katusha). A última etapa, de consagração, foi vencida ao sprint por Nikias Arndt (Giant – Alpecin) depois de Giacomo Nizzolo (Trek – Segafredo) ter perdido a vitória na secretaria.

O melhor ciclista deste Giro viu as suas aspirações terminarem.

Destaque para a melhor classificação de sempre de André Cardoso (Cannodale PCT) numa grande volta, com o 14º lugar. 14ª foi a volta finalizada de forma consecutiva por Adam Hansen (Lotto – Soudal), que continua a estender o seu recorde. Olivier Bonamici voltou a ficar em último no Jogo das Apostas, tendo perdido o 2º lugar na última etapa para Paulo Martins.

Adam Hansen numa vista maravilhosa durante a prova.

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