Dois dos maiores campeões do ciclismo britânico. Dois dos maiores nomes do desporto britânico. Dois dos maiores nomes da história do ciclismo. E até do desporto em geral.
Chris Froome, vencedor de sete Grandes Voltas. Na primeira jornada da 75ª Vuelta a España perdeu mais de onze minutos para o vencedor. Na preparação do Tour de France em 2019, teve uma queda aparatosa no Critérium du Dauphiné. Regressou este ano, mostrando aqui e ali que poderia voltar a discutir uma Grande Volta. O que falta? Alberto Contador diz que falta o clique, algo do foro psicológico. Talvez a morte súbita de Nicolas Portal possa explicar essa ausência de fulgor e estabilidade mental.
Froome e a Israel Start-Up Nation têm um pré-acordo há meses. Mas tarda em haver um comunicado oficial. Quem não se lembra da reviravolta épica do britânico no 101º Giro d’Italia?

Mark Cavendish soma 142 vitórias na carreira, a última das quais no Dubai Tour, há mais de dois anos e meio. Em final de contrato com a Team Bahrain McLaren, o britânico tem participado nas clássicas do pavé, entrando sucessivamente nas fugas do dia em busca de uma luz, na incerteza de terminar ou não a carreira. Sucessivas quedas, algumas graves, nos últimos anos e o avançar da idade instalaram o medo em disputar o final das etapas planas. no britânico. Quem não se lembra deste britânico ameaçar quebrar o recorde de vitórias de Eddy Merckx no Tour de France (detém 30 vitórias na prova contra 34 do belga)?

Face aos factos, podemos mesmo estar a assistir às últimas pedaladas de dois nomes que dispensam apresentações. Dois campeões a saírem pela porta mais pequena possível.
Merecido este desfecho? O ‘não’ parece ser unânime. Mas na falta de certezas, aproveitemos e louvemos. Os campeões de hoje têm em Cavendish e em Froome os seus ídolos, as suas referências. E decerto que todos nós guardaremos sempre estes dois campeões nas nossas memórias. Porque eles merecem esta lembrança, esta reflexão.
God Bless you, Chris and Mark.